2022 / Atual – O Impacto da Covid 19 sobre a Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher no Brasil: Uma Abordagem Transdisciplinar Integrando Ciências da Saúde, Exatas, Humanas, Sociais e Engenharias


Marcos Cesar da Rocha Seruffo – Coordenador / Nelson Cruz Sampaio Neto – Integrante / Francês, Carlos Renato Lisboa – Integrante / JOSE RAIMUNDO DE ARAUJO CARVALHO JUNIOR – Integrante / ALDEBARO BARRETO DA ROCHA KLAUTAU JUNIOR – Integrante / THIAGO ANDRE PIEROBOM DE AVILA – Integrante / BRUNO AMARAL MACHADO – Integrante / MARIA DOLORES MONTOYA DIAZ – Integrante / PAULA CARVALHO PEREDA – Integrante / DIEGO DE MARIA ANDRE – Integrante / ANTONIO RODRIGUES FERREIRA JUNIOR – Integrante / KAREN CRISTINA ALVES PESSOA – Integrante / DIJACI DAVID DE OLIVEIRA – Integrante / SIMONE DE JESUS – Integrante / CHARLES CASIMIRO CAVALCANTE – Integrante / LORENA HAKAK MARCAL – Integrante / ANGELITA PEREIRA DE LIMA – Integrante / RAYANI MARIANO DOS SANTOS – Integrante.

A Covid-19 espalhou-se rapidamente pelo mundo. Cifras mais recentes apontam para um número de mortes no Brasil maior que 600 mil, acompanhado de evidências claras de uma deterioração socioeconômica generalizada: violência contra a mulher e crianças, pobreza e desigualdade, desigualdades de gênero, retorno da inflação, estagnação econômica, prejuízos cognitivos em jovens e crianças, depreciação da saúde mental, entre outros. A evolução distinta da Covid 19 nos estados brasileiros levou os governos federal, estaduais e municipais a introduzir numerosas medidas (Intervenções Não Farmacêuticas – INFs) de saúde pública e de enfrentamento econômico que muitas vezes variaram significativamente por estado. Essas medidas incluem, entre outras: 1) quarentena forçada e voluntária; 2) interrupção de atividades econômicas não essenciais; 3) restrições à mobilidade; e 4) transferências condicionais de dinheiro para famílias pobres. Embora as evidências sugiram que essas medidas tenham reduzido a disseminação do vírus, elas também tiveram o potencial de aumentar a exposição das mulheres à violência doméstica. As INFs induzem as pessoas a permanecerem em casa, às vezes por longos períodos, aumentando a exposição potencial à violência doméstica e familiar contra a mulher (VDFCM). Considerando que a VDFCM ocorre essencialmente em casa (Wilkinson & Hamerschlag, 2005), a resposta à pandemia de Covid-19 pode suscitar conflitos domésticos e violência através de vários canais: 1) o aumento do tempo gasto em casa se traduz diretamente em maior exposição ao perpetrador; 2) o isolamento também pode reduzir o acesso a redes informais de apoio e proteção; 3) o estresse induzido economicamente pode aumentar ainda mais os conflitos domésticos (Layard, R., et al. 2016); e 4) a pandemia pode reduzir a capacidade de buscar serviços especializados em casos de DFCM. Apesar da prevalência esperada da VDFCM e das evidências anedóticas acima, existe pouca pesquisa abrangente sobre o efeito da Covid-19 na violência doméstica, especialmente no Brasil. Pesquisas iniciais mostram que a VDFCM aumentou durante os estágios iniciais da Covid-19 entre 10-27% nos EUA (Leslie e Wilson, 2020; Boserup et al. 2020), cerca de 100% na Itália (Colagrossi et al. 2020) e 0,47 desvios padrão em áreas com o confinamento mais rigoroso na Índia. Avaliar e entender o impacto da COVID 19 na violência doméstica é um ?problema complexo? social, econômico, tecnológico e de saúde pública com implicações no comportamento humano em toda a sua gama de crenças, saberes, interações socioeconômicas e relações com a natureza e com as instituições. Qualquer tentativa de responder a essa questão demandará uma equipe transdisciplinar. Ademais, deve haver um foco para fazer com que as descobertas científicas possam ser úteis, tornando-se programas, intervenções ou ?tecnologias sociais? para subsidiar um plano de retomada pós-pandemia que seja sensível às desigualdades de gênero estruturais e históricas.
 

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